O escritório Pessoa & Pessoa Advogados reuniu, em setembro, advogados, designers, cientistas, analistas de dados e profissionais das áreas de negócios e marketing no Hackathon Jurídico, que visou discutir soluções inovadoras para os desafios jurídicos. Os três melhores trabalhos ganharam prêmios em dinheiro, sendo os vencedores:
1º Lugar – Equipe Amarela com o projeto: “RANK Soluções Inteligentes”, que serve como uma plataforma para a importação de arquivos CSV.
2º Lugar – Equipe Branca com o projeto: “Beri.AI”, que, através da leitura de documentos, analisa a movimentação e dados do processo, identificando indícios de fraudes na fase inicial.
3º Lugar – Equipe Preta com o projeto: “Detectify”, que classifica os processos do departamento ou escritório jurídico com base na probabilidade de conter inconsistências.
O Decisor Brasil conversou com André Pessoa, Sócio Presidente do Comitê de Inovação do Pessoa & Pessoa, em uma entrevista exclusiva para discutir os resultados do Hackathon, o desenvolvimento de soluções inovadoras e os próximos passos do escritório e da iniciativa.
Confira a entrevista completa:
Como a participação no Hackathon Jurídico e o desenvolvimento de soluções inovadoras refletem a abordagem do escritório Pessoa & Pessoa em relação à inovação e colaboração dentro do campo jurídico?
A inovação faz parte do DNA do nosso escritório. Temos um comitê temático permanente com essa frente, que busca disseminar entre os nossos colaboradores a cultura de inovação. Desse modo, a inovação é algo que buscamos implementar no nosso cotidiano, tanto com eventos, a exemplo do Hackathon e da maratona de inovação, como também no dia a dia da nossa operação, com o objetivo de trazer novas soluções para problemas reais e desafiadores tanto para nós como, principalmente, para os nossos clientes.
Há planos ou discussões sobre a implementação prática dessas soluções no ambiente jurídico fora do contexto do Hackathon?
Sem dúvidas. O comitê de inovação tem, dentre outras atribuições, a função de avaliar a implantação das ideias e soluções desenvolvidas nos nossos eventos. Exemplo disso é o que aconteceu na maratona de inovação que realizamos no ano passado, que nos apresentou soluções que já estão em uso no escritório.
Uma das ideias advindas da Maratona foi inclusive vencedora este ano do Prêmio Análise DNA+Fenalaw na categoria Marketing. Ficamos em terceiro lugar a nível nacional com a nossa nova avatar, a Pepê, que é a atual porta voz de nossa comunicação corporativa interna.
E com o Hackathon não seria diferente. As ferramentas foram idealizadas para solucionar problemas reais e, portanto, já estamos avaliando o desenvolvimento delas tanto na nossa operação como para os clientes que possuem as mesmas dores. Claro que isso requer muitos testes para que sejam totalmente validadas. Para isso, contratamos uma empresa para nos apoiar na aceleração desses projetos e esperamos que, em breve, tenhamos muitos deles prontos para uso.
Como o escritório vê o impacto social dessas inovações no sistema jurídico como um todo?
O impacto social é enorme. As soluções inovadoras, envolvendo ou não o uso de tecnologia, democratizam o mundo jurídico, que é um ecossistema normalmente muito fechado e restrito, trazendo para esse universo pessoas como variados conhecimentos e competências que não apenas aqueles ensinados nas faculdades de direito. Além disso, a inovação ainda faz com que os custos que envolvem a gestão jurídica, seja ela pública ou privada, sejam mais bem equilibrados, reduzindo o impacto financeiro para as empresas, tornando-as mais competitivas, o que contribui para a economia com um todo, e para o país, que, por sua vez, possui gastos elevados em razão do grande número de processos que tramitam no âmbito do poder judiciário. Trazer soluções inovadoras para o mercado jurídico, portanto, faz com que se tenha um custo menor para administrar todo esse passivo e, consequentemente, possa haver mais investimentos em outras frentes relevantes do Estado.
E quais as lições aprendidas nesta edição do Hackaton?
Dentre muitas lições, podemos aprender que, em primeiro lugar, as melhores ideias podem surgir de onde menos se espera. Pessoas que nunca tiveram contato com o mundo jurídico apresentaram soluções impressionantes. Ademais, aprendemos que de nada adianta uma boa ideia sem um método para o seu desenvolvimento. Desde a concepção até a sua apresentação. É preciso seguir um método testado e validado para que a ideia possa sair do papel. E, por fim, que não existe dor que não possa ter uma solução. Aliando pessoas capazes de ter boas ideias com métodos eficientes, qualquer dor pode ser solucionada através da inovação.
O escritório Pessoa & Pessoa tem planos para continuar promovendo eventos como o Hackathon Jurídico no futuro? Como a experiência dessa maratona de conhecimento influenciará a abordagem do escritório em relação à inovação e colaboração no longo prazo?
A inovação faz parte do nosso DNA. Eventos que promovem esse tipo de iniciativa já fazem e vão continuar fazendo parte do nosso calendário. Já realizamos maratona, hackathon e, certamente, outros irão acontecer em breve. Passamos a entender que sem inovação não há sustentabilidade. Se quisermos continuar sendo competitivos e entregando aos nossos clientes aquilo que temos de melhor, precisamos inovar sempre, buscar sempre fazer melhor amanhã do que fizemos hoje. Esse é o nosso propósito.
Entrevista publicada no Decisor Brasil.